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Mostrando postagens de 2010

Declaração de um amor que tem limite

Pra mim, foi amor à primeira vista. Tu eras todo lindo: as formas, o cheiro, a cor. Era suave e fácil de lidar. Eu, que tanto sonhei em te ter, nem te imaginava tão perfeito. Me levava para todos os lados - graças a ti, conheci os cantos da cidade que mais gosto. Foi uma história bonita. Muito embora eu não entendesse muito sobre a tua "geografia", sempre fiz tudo pra cuidar bem de ti. Te perfumava todo, cuidava para que nada de mal te acontecesse. Assim que eu desconfiava de que havia algo de errado, ia logo me aconselhar com um amigo mais entendido, procurava logo algum especialista. Mas por que essa rebeldia toda? Precisava ser assim com alguém que te quer tão bem? Continuo te amando e vou cuidar de ti, ainda. Entretanto, que fique claro, que se essa birra for longe, te troco pelo primeiro mais atraente e acessível que aparecer. Entendido, Bibi-Móvel ?

Em Copacabana

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- Buenos dias. - Bom dia! - Ah, a senhora é brasileira... Entáum, olha só: eu sou artesão, e vou moxtrá pra senhora o meu trabalho (com um maço de fios de metal na mão, puxa um e começa a moldar em forma de flor)... - Não, obrigada. -  Vô moxtrá pra senhora (fazendo pequenos objetos), a senhora olha, e só compra se goxtá. - Certamente eu vou gostar (sorrindo). Mas eu não tenho dinheiro para pagar. Desculpa... - Mas, olha, eu... - Moço, desculpa, eu não tenho dinheiro mesmo. - Nunca ví beber cerveja sem dinheiro. Um dia eu ainda vou aprender a fazer isso - e sai, furioso.

Corpo fechado?

O namoro havia terminado já havia alguns meses, mas os cheques emprestados pra ex não paravam de voltar. Um velho conhecido do pai deu todas as dicas pra se livrar do problema e estava quase tudo resolvido. Quase. Os cheques foram sustados, uma ocorrência foi registrada na polícia e, conforme voltavam, eram entregues para o banco para serem cancelados. Só que tinham dois, isso lá na década de 90, de uns R$ 200 (bastante pra época), que ele não conseguia descobrir de onde eram. Certo dia, o telefone toca. Do outro lado, uma voz masculina. - Fulano de tal? - Sim. - Tenho aqui dois cheques de R$ 200 no seu nome que voltaram. - Olha, eu estava mesmo atrás desses cheques. De onde fala? - Seguinte, não interessa de onde fala, interessa que eu prestei um serviço e não fui pago por ele. - Quem é que lhe deu esses cheques? Emprestei os cheques em branco e a pessoa não me pagou. Me passou pra trás. Olha, eu registrei até ocorrência na polícia. Fui vítima de um golpe e não vou pagar. -

Rancho de amor à Ilha

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Linda declaração do Mestre Zininho, considerada hino de Florianópolis. Se eu tivesse o mesmo talento, teria escrito a mesma coisa.   Um pedacinho de terra, perdido no mar!... Num pedacinho de terra, beleza sem par... Jamais a natureza reuniu tanta beleza jamais algum poeta teve tanto para cantar Num pedacinho de terra belezas sem par! Ilha da moça faceira, da velha rendeira tradicional Ilha da velha figueira onde em tarde fagueira vou ler meu jornal. Tua lagoa formosa ternura de rosa poema ao luar, cristal onde a lua vaidosa sestrosa, dengosa vem se espelhar...

Até mais, Lucas. Mas não teve graça

Não teve graça. Tu estavas sempre sorrindo, brincando pelos corredores. - Relaxa! - sugeria você, mostrando os dentes, a quem chegava de mau humor, pedindo algo com muita pressa. Tudo bem que tu não levasses nada muito a sério. Estavas certo, tu. Não tá certo, mesmo, ficar encucando com a maior parte das coisas. Mas, cara, esse negócio de trânsito não dava. Eu sei, eu sei. Também dou minhas rateadas. Tu eras fera no volante, ninguém, muito menos tu, duvidava nisso. Ok, pensando bem, prefiro crer que tu não estavas sem cinto. E que não estivesses voando. Que merda, cara. Detesto esses papos caretas. Não é a minha cara, isso. Também odeio te lembrar que nasci muitos anos antes de ti e que tu deverias ouvir os mais velhos. Tenho certeza que alguém já tinha te dito isso. Tá um saco essa minha conversa, mas quer saber o que é ruim mesmo? Ruim é passar os olhos pela redação e não flagrar os teus olhos curiosos, de menino que quer parecer vivido, prestando atenção em tudo em volta

Dia do gaúcho

Não sou chegada ao tradicionalismo gaúcho que beira o facismo. Mas o povo gaúcho tem suas coisas boas, entre elas, a musicalidade.

Ela nunca mais seria a mesma

Quando ela viu aquilo, achou que não deveria esquecer. Criou uma pastinha no próprio correio eletrônico, onde guardou uma por uma das mensagens que os dois - ele e a outra - haviam trocado. Ela achava que poderia sentir saudade, um dia. E tinha medo de esquecer quanto mal aquilo tinha lhe feito. De não lembrar, no futuro, o quanto tinha se sentido feia e sem graça. Traída, de verdade. Sem chão, sem saída. De como todas as músicas bregas, até a mais ridícula que ela pudesse lembrar, haviam feito sentido naquele momento. E que, por mais engraçado que isso pudesse soar, não teve a mínima graça. Vai que um dia ela levasse em consideração toda a parceria, todo o tesão que já tiveram um pelo outro. Ela poderia sofrer quando lembrasse o quanto era feliz ao lado dele. Feliz a ponto de ter vontade de dar pulos. As aventuras juntos, as refeições feitas no mesmo prato. As trocas de olhares que diziam tudo, sem precisar de palavras. A pastinha ficou lá por muito tempo. Mas, naquele dia, ela

Curiosidade indigesta

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O que o amor constrói, a internet destrói, disseram a ela certa vez. Nesse caso, ela nem sabia bem se era amor. Era semiapaixonada por ele, costumava dizer para as amigas mais chegadas. Ele era um menino com pegada de homem, um homem com jeito de moleque. Os dois não se viam sempre. Mas curtiam se encontrar de vez em quando. Ela ficava abobada, toda vez que o telefone tocava e o visor do aparelho mostrava que era ele do outro lado da linha. No day after, o sorriso era de boca a boca. Eram ficantes fixos, pra não dizer outra coisa. Ok, nem tão fixos assim. Não interessava a vida sentimental de um para o outro. Contava só aquela coisa boa, de dividir a cama, de trocar calor, e até de confiar algum segredo. Os dois pareciam pessoas confiáveis um para o outro. Mas aquele dia ela entendeu porque ele não atendeu o último telefonema. Aquela mensagem na página dele doeu fisicamente no estômago. Era do jogo, mas foi o suficiente para ela não querer sentir aquilo denovo. Outras mensagens pr

Medo

- Guria, esses dias fiquei com medo do motorista do táxi que peguei para ir pra casa. - Por que? Ele tentou te estuprar??? - Não, guria. Ele me falou umas coisas. - Tá, mas tipo o quê? - Eu tinha enchido a cara num bar e achava que tava parecendo feliz. Aí o cara olhou bem pra mim e disse: "tu tá triste porque terminou com o namorado, né?" - Sério? Tem certeza que não é um conhecido? O cara podia estar te sacaneando. - Nunca vi na vida. Mas já fiquei com a pulga atrás da orelha. Fiquei mais assombrada quando ele se despediu de mim. Me deu um conselho. Disse que, se eu tava em dúvida, era melhor terminar mesmo. Que quando é amor, a gente reconhece de longe. - Talvez seja bom levar em consideração, amiga.

Eu torço pro Mano!

Aula de Telejornalismo na Unisc, em 2002, pouco antes da tranferência para a UFSM. Eu e a colega Cátia colocamos a cabeça para funcionar. Precisávamos de uma pauta para a reportagem que renderia a principal nota para o semestre. Não lembro qual foi a nossa nota. Mas o trabalho de faculdade, graças à Cátia  me apresentou um cara massa, mesmo. - O Guarani tá com um baita técnico. O cara é motivador, e é brabo que só ele. Tem o estilo do Felipão. A gente acompanha a final do Campenato Gaúcho, vai ser em Venâncio, e mostra a emoção dele na borda do campo! A Cátia entendia de futebol. Eu nem sabia em que série o Guarani jogava. Nem quem era "o tal do Mano Menezes". Meu pai, na época, adiantou que o homem era bom, mesmo. Tinha nascido em Passo do Sobrado e ainda ia fazer nome. - Dizem que o senhor é parecido com o Felipão. O que acha disso? - Quem não gostaria de uma comparação dessas? Ele é o melhor técnico do mundo, hoje. Fico feliz. Mas é bondade das pessoas. O jogo da fin
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Foto: Caio Marcelo Barra da Lagoa. Redes do rancho de pesca do grupo Saragaço secam ao sol. E uma papagaia de pirata perambula na praia.

O amor na prática é sempre ao contrário

Ela acorda e a amiga pergunta: - Sabia que cárie é contagioso? Ela mal lembra o que aconteceu na noite passada. Poucos têm memória tão imune ao álcool para lembrar com precisão. Dois segundos se passam. Ela agora sabe do que a outra fala. Puro preconceito. Era um menino bonito e carinhoso. - Tu te deu conta de que era um guri de rua? Pode ser. Mas eles se despediram desenhando corações no ar. Foi bonito. Engraçado, mas tinha sua ternura. A noite se aproxima. Ela tem encontro marcado com um ex-caso que não vê há tempo. Ele continua inexplicavelmente interessante, embora fútil. Estão na mesa de um bar. Alguém se aproxima. Ela conhece de algum lugar. Sim. É o guri de rua. - Posso sentá aí, gata? - Claro! Tudo bem contigo? - Que tal a gente sair daqui e terminar o que a gente começou ontem? Ela faz de conta que nada aconteceu, sem cortar, nem dar corda. O clima é tenso. Ela precisa mijar, mas é claro que não vai deixar os dois sozinhos. Os 10 minutos seguintes são longos. O rapa

Nem tão puro, nem tão sujo

Gosto de gente fina, elegante e sincera, como disse o cara. Os três, ao mesmo tempo. Esse negócio de sinceridade sem fineza não me agrada. É preciso tato, é necessário trato. Até porque nem toda a verdade precisa ser dita. Fineza sem sinceridade também não presta, né? Cheira a falsidade, algo artificial, forjado. Gosto de gente assim, elegante na essência. Fina e sincera. Sensível na medida certa.

Quem será que inventou isso?

Como explicar a amizade? Não sei. Mas li esses dias, em algum lugar que não lembro, que pode ser resumida como a vontade de ter recordações em comum. Me convenceu.

Introspecção

Tá. Já cheguei à conclusão de que pode ser o frio. Minha alma é assim, meio ursa. E ibernar é preciso. Parti, devagarinho, pra uma viagem pra dentro de mim. Pra dentro dos livros, de filmes. De músicas que me fazem sentir e pensar. "Todo cambia", cantou Mercedes, La Negra. O estado de espírito também. Não sei quão longo vai ser o passeio. Vou ver o que tem de novo aqui. Guardar com carinho o que merece ser guardado. Colocar fora o que não presta mais. Ordenar pensamentos. E ver o que faço com o que sobra. Talvez isso dure um minuto. Pode ser que dure o inverno inteiro. Por ora, hasta la vista!

Dia de trabalho

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Em meio à correria, aproveitei para registrar o caminho.

Noite de domingo

O samba rolavava lá dentro e eu observava do lado de fora. "Hoje o samba saiu... laiá laiá... procurando você", cantavam. Que nada. Eu é que saí procurando por ele. Aquela música amolecia até a alma mais dura. E tinha também as luzes da cidade, de longe. A ponte vista de outro ângulo. A lua tímida, entre algumas nuvens. O cheiro de maresia e aquele vento úmido, forte. Madeira de rancho velha, chão meio batido. Uma cerca que alguém derrubou pra poder caminhar na areia e molhar os pés. Ah, como eu amo esta ilha!

Obrigada

Por algum motivo que Freud deve explicar, fico sem jeito, encabulada mesmo, com agradecimentos, elogios, enfim, um monte de coisas. Não quer dizer, porém, que eu não goste. Pra minha surpresa, as queridíssimas Fernanda Mallmann, Joanna Frerraz e Tatiana Py e eu recebemos um prêmio de jornalismo, segunda-feira. O troféu premiou trabalhos publicados no Diário de Santa Maria em 2009. Não pude ir para a entrega, era em Santa Maria. Mas me emocionei em ter o trabalho reconhecido, principalmente por - e com - pessoas que prezo tanto. Então, que a editora executiva do Diário, Fabiana Sparremberger fez um lindo texto que me emocionou, emocionou meus pais, meu irmão, meus avós. A Tati Py também falou do texto no blog dela, o pyleque.blogspot.com. Valeu, Fabi. Se quiser dar uma espiada, vai aí o link para ler o texto. http://wp.clicrbs.com.br/meufilho/2010/04/06/o-maior-premio-e-de-voces-pais/?topo=52,1,1,,165,e165

Minha vida não é novela, nem BBB

Não acredito em pessoas muito boas Nem em vilões malignos Também não sou nem uma coisa, nem outra Não venha me querer como aliada Nem como pior inimiga Não sou boa nessas coisas A gente pode brigar, a gente pode se amar Não vou te odiar pra sempre Provavelmente também não te ame em todos os momentos Mesmo assim, como eu já disse Eu gosto mesmo é das pessoas Sim, eu gosto

Resquícios de férias

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Frase anotada na agenda, durante um papo animado sobre a química da amizade Eu gosto mesmo é das pessoas. Das que estão perto, das que estão longe. Das que conheço há muito tempo. Das quais só ouvi falar. Das que conheci agora. Das que ainda vou conhecer. E das que nunca vou chegar nem perto. Também gosto dos lugares. São bonitos, são feios. Quentes, frios. Têm cheiros diferentes. Pessoas também têm disso. Com a diferença de que ensinam mais. Nos fazem amar, nos fazem odiar. Comovem, provocam compaixão. São motivo de orgulho ou de vergonha. De indiferença. Nos dão alegrias. Ou tudo junto misturado e mais um pouco. Impossível ser imune às pessoas. Elas nos fazem ser gente.
Viver é se reinventar. Em cada momento. Em cada tranque ou boa surpresa da vida. Em todo o encontro. Em toda a despedida.

Férias

Volto em muito breve. Com novas ideias, espero.

Nas ondas do rádio

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Nós, as meninas do E.C. Batom, participamos ontem do masculiníssimo Bola nas Costas, na Atlântida. Da página de esportes da Hora de Santa Catarina para as ondas do rádio. Amamos!

Noite escura

E na beira do mar Conversas desconexas Recuerdos de outrora Que nos fazem rolar na areia de tanto rir O mar se agita O espumnte termina A noite escura se faz mais escura É hora de ir

Fome de vida

Entre um copo e outro, não sinto fome, não sinto sono. Quero as pessoas por perto. Quero rir, quero chorar Ouvir histórias, contar. A verdade é que desperto. Que tal andar sem rumo na madrugada? Vamos cantar um samba bonito Recitar versos legais Já ditos ou inventados agora Teremos ideias geniais! Acharemos soluções para o mundo Viu que bonita está a lua? Você já conhecia esta rua? Quero ver o dia nascer Sem comer Sem dormir Talvez sofrer Mas quero sorrir.
Daqui de dentro, vejo, ali fora, o mar, a ilha, as pontes, o sol. Aqui, sentada em frente ao computador que funciona quando quer, sinto a brisa fresca com cheiro de maresia e tomo o meu café mexido. Logo ali, na cozinha, a bagunça  e a sujeira produzidas ao cozinhar me aguardam. No quarto, minha bagunça metodicamente organizada não me incomoda tanto. Mas confesso que me envergonha, um pouco. Melhor deixar a porta bem fechada e puxar a cortina para o lugar. Adio o momento de levantar da desconfortável banqueta em frente à escrivaninha. Minhas costas dóem. Mas aqui está melhor. Ou melhor lá fora, com sol, brisa mais fresca ainda e cheiro de maresia. Dauqi a pouco, daqui a pouco.

Dia de louco

Amanheceu e eu ainda estava com frio na barriga do dia anterior. Meu primeiro carro havia acabado de chegar. Agora era a vez de assinar o contrato - odeio burocracia. Depois disso, dirigi pela primeira vez em Floripa. O meu carro! Um misto de felicidade e ansiedade o dia inteiro. No trabalho tudo corria bem. Nada fora da esperada rotina para um domingo. Quase no fim do expediente, perto da meia-noite, eu já me preparava para voltar para casa quando fico sabendo de um suposto sequestro na cabeceira da ponte Pedro Ivo, a que dá acesso à cidade. Eu e o colega Glaicon, fotógrafo do DC, corremos para lá - literalmente, mesmo, a pé, já que o congestionamento passava do parque de Coqueiros. Cirenes, equipes do Bope e do Tático da PM preparados para atirar a qualquer momento. Tentei chegar ainda mais perto, mas fui impedida pelos policiais. Nesssas horas é ruim ser mulher (ainda escrevo mais sobre isso mais tarde). O Glaicon estava praticamente grudado com os policiais durante a negoci

Resoluções de um novo ano

Entra ano, sai ano e, estas épocas, de passagem, me deixam cheia de expectativa. Faço planos, muitos planos, e às vezes os anoto, como fiz no dia 31/12. Tenho minhas dúvidas quanto a compartilha-los. Afinal, mudo de planos toda hora. Mas, enfim. Este ano vou: - Estudar inglês e alemão (denovo) - Comprar um carro - Emagrecer - Trabalhar mais em menos tempo Na verdade, fazer planos me deixa entusiasmada. Talvez mais do que colocá-los em prática.

Passeio

Mergulho no passado Às vezes E quase sempre A viagem perturba