Daqui de dentro, vejo, ali fora, o mar, a ilha, as pontes, o sol.
Aqui, sentada em frente ao computador que funciona quando quer, sinto a brisa fresca com cheiro de maresia e tomo o meu café mexido.
Logo ali, na cozinha, a bagunça  e a sujeira produzidas ao cozinhar me aguardam.
No quarto, minha bagunça metodicamente organizada não me incomoda tanto. Mas confesso que me envergonha, um pouco. Melhor deixar a porta bem fechada e puxar a cortina para o lugar.
Adio o momento de levantar da desconfortável banqueta em frente à escrivaninha. Minhas costas dóem. Mas aqui está melhor.
Ou melhor lá fora, com sol, brisa mais fresca ainda e cheiro de maresia.
Dauqi a pouco, daqui a pouco.

Comentários

  1. Mui bonito teu post. Aliás, eu deveria fazer estágio numa redação de jornal. Acho que é por ali (e não nas faculdades) que circulam os bons escritores. O único poeta vivo que aprecio foi jornalista. Escreve com uma finura e precisão de dar inveja. Chama-se Paulo Neves (saiu uma matéria grande sobre ele na ZH). Mas vejo agora, feliz, que tem mais gente se formando na boa escola do jornalismo. Que bom e faz escrita da tua alma, Bianca, que a gente é que tem a ganhar!!

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  2. Nunca sou cavalheiro nessas questões. Acredite ou não, fui sincero! (Estou supondo que cavalheirismo seja uma arte exterior, uma espécie de beleza dos gestos, que não traduz necessariamente os pensamentos e afecções da alma).

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