quarta-feira, 23 de junho de 2010



Copiei lá no pyleque.blogspot.com. Vocês, da imprensa, são foda.

O amor na prática é sempre ao contrário

Ela acorda e a amiga pergunta:
- Sabia que cárie é contagioso?
Ela mal lembra o que aconteceu na noite passada. Poucos têm memória tão imune ao álcool para lembrar com precisão. Dois segundos se passam. Ela agora sabe do que a outra fala. Puro preconceito. Era um menino bonito e carinhoso.
- Tu te deu conta de que era um guri de rua?
Pode ser. Mas eles se despediram desenhando corações no ar. Foi bonito. Engraçado, mas tinha sua ternura.
A noite se aproxima. Ela tem encontro marcado com um ex-caso que não vê há tempo. Ele continua inexplicavelmente interessante, embora fútil.
Estão na mesa de um bar. Alguém se aproxima. Ela conhece de algum lugar. Sim. É o guri de rua.
- Posso sentá aí, gata?
- Claro! Tudo bem contigo?
- Que tal a gente sair daqui e terminar o que a gente começou ontem?
Ela faz de conta que nada aconteceu, sem cortar, nem dar corda.
O clima é tenso. Ela precisa mijar, mas é claro que não vai deixar os dois sozinhos. Os 10 minutos seguintes são longos. O rapaz de rua se despede. Dá três passos e olha pra trás.
- Larga esse playboy e vem comigo. Comigo tu tá segura. Eu conheço as pessoas certas nessa cidade.
- Não, não. Tá tranquilo. Vai em paz.
Quem disse que ela quer segurança?