segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Declaração de um amor que tem limite

Pra mim, foi amor à primeira vista. Tu eras todo lindo: as formas, o cheiro, a cor. Era suave e fácil de lidar.

Eu, que tanto sonhei em te ter, nem te imaginava tão perfeito.

Me levava para todos os lados - graças a ti, conheci os cantos da cidade que mais gosto. Foi uma história bonita.

Muito embora eu não entendesse muito sobre a tua "geografia", sempre fiz tudo pra cuidar bem de ti. Te perfumava todo, cuidava para que nada de mal te acontecesse. Assim que eu desconfiava de que havia algo de errado, ia logo me aconselhar com um amigo mais entendido, procurava logo algum especialista.

Mas por que essa rebeldia toda? Precisava ser assim com alguém que te quer tão bem?

Continuo te amando e vou cuidar de ti, ainda. Entretanto, que fique claro, que se essa birra for longe, te troco pelo primeiro mais atraente e acessível que aparecer.

Entendido, Bibi-Móvel?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Em Copacabana



- Buenos dias.
- Bom dia!
- Ah, a senhora é brasileira... Entáum, olha só: eu sou artesão, e vou moxtrá pra senhora o meu trabalho (com um maço de fios de metal na mão, puxa um e começa a moldar em forma de flor)...
- Não, obrigada.
-  Vô moxtrá pra senhora (fazendo pequenos objetos), a senhora olha, e só compra se goxtá.
- Certamente eu vou gostar (sorrindo). Mas eu não tenho dinheiro para pagar. Desculpa...
- Mas, olha, eu...
- Moço, desculpa, eu não tenho dinheiro mesmo.
- Nunca ví beber cerveja sem dinheiro. Um dia eu ainda vou aprender a fazer isso - e sai, furioso.