O sagrado que habita em nós

Até então eu não tinha aprofundado nenhuma conversa sobre religião com o meu filho, 5 anos de idade. Em algum momento da vida ele até quis saber porque eventualmente eu acendia uma vela, em casa, e eu disse que era para pedir ou agradecer algo a Deus, à Deusa, aos Orixás, aos amigos espirituais que são estrelas no céu e olham por nós. Mas nunca catequizei a criança, nem entrei em detalhes.

Neste domingo à noite, no ônibus, voltando para a nossa casa depois de dois dias na cidade do avô que está doente, convido o pequeno a fazer uma oração. Duas rezas para os nossos anjos da guarda, um Pai Nosso, uma Ave Maria, improviso uma conversa com o divino, rogando por saúde e proteção ao vovô (meu pai), para que nos concedam discernimento neste momento difícil.

Em determinado momento o filho começa a coxixar baixinho, de cabeça baixa, olhinhos fechados e mãozinhas unidas. Perguntei o que ele estava falando e ele: "Não estou falando com você agora, mamãe". Terminou de coxixar sem que eu conseguisse escutar, disse que podíamos encerrar a oração e assim fizemos, com um "amém".

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