domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tão simples e tão essencial

Oito toques no telefone. Algumas chamadas. Viajo no tempo e no espaço e, como que, telepaticamente, estou lá com eles.
A mãe ainda está ofegante, porque correu ao escutar o trim trim.
- Oi! Tá todo mundo aqui.
A vó serve o chimarrão enquanto dá uma conferida no que está preparando pro almoço.
Rafala espia na geladeira o que vai ter de sobremesa. Rogus inventa alguma brincadeira e fez origamis pra toda a família. Luana se estica no sofá enquanto Luiza incentiva, sorridente, que registremos o momento pra posteridade. Rafa adora a ideia, porque descobriu o que quer ser quando crescer: retratista. E se oferece pra fazer os cliques.
Samuel acorda com a cara inchada e confere o que está acontecendo.
O cheirinho do churrasco invade a casa. Em volta do fogo, vô, Miro e o meu pai. Cada qual dá uma mexida na brasa e nos espetos.
O mate acabou e alguém aparece com aquela caipirinha mais que gostosa.
O salsichão e os coraçõezinhos estão prontos. Rogus quer servir. Passa o prato com o aperitivo e os palitinhos.
Marli já se antenou que está na hora de aprontar o arroz. Ajuda a colocar a mesa.
Dois cães - o da casa e o visitante - se estranham: um pensa que foi trocado. O outro está deslocado. Eles disputam espaço.
O saldo do bônus da operadora está acabndo.
- Mãe, vou ter que desligar. Manda um beijão pra todo mundo aí. To morrendo de saudade.
- A vó tá perguntando quando é que tu vens. Vem na páscoa, né?
- Sim, na páscoa passo quatro dias aí.
Desligo o telefone, e demoro um pouco para voltar do breve passeio. É um bem-estar difícil de explicar. Me sinto em casa, mesmo a 630 quilômetros de distância.

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