Pesadelo
Ela estava no banho. Ele chegou irado, abrindo a porta do banheiro, furioso, com ódio no olhar, dizendo a ela que ela tinha pedido, que não parava de pedir. Ela não tinha pedido, mas ele empurrou pra ela o que ela não tinha pedido, mesmo assim. Ela tentava explicar que não queria. Ele não ouvia. Muitas pessoas vieram ver a cena. Ela estava ali, desnuda, querendo ser ouvida. Não foi. Estava sendo julgada. Foram todos para a sala, ela já vestida. Tentou falar e ele a agrediu com um tapa, empurrões. Foram agressões físicas mas que de fato não tinham doído no corpo. Mas doeram. Ela saiu da sala. Foi para o quarto. Estava ferida. Voltou para a sala dizedo que faria uma denúncia. Ele fugiu. Outra pessoa pediu a ela que não o denunciasse, tadinho, estava nervoso e sempre foi tão bom com ela. Ter sido bom com ela não o autorizava a machucá-la, disse ela. Ela acordou chorando. Tinha sido um pesadelo, mas tinha significado demais.