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O amor na prática é sempre ao contrário

Ela acorda e a amiga pergunta: - Sabia que cárie é contagioso? Ela mal lembra o que aconteceu na noite passada. Poucos têm memória tão imune ao álcool para lembrar com precisão. Dois segundos se passam. Ela agora sabe do que a outra fala. Puro preconceito. Era um menino bonito e carinhoso. - Tu te deu conta de que era um guri de rua? Pode ser. Mas eles se despediram desenhando corações no ar. Foi bonito. Engraçado, mas tinha sua ternura. A noite se aproxima. Ela tem encontro marcado com um ex-caso que não vê há tempo. Ele continua inexplicavelmente interessante, embora fútil. Estão na mesa de um bar. Alguém se aproxima. Ela conhece de algum lugar. Sim. É o guri de rua. - Posso sentá aí, gata? - Claro! Tudo bem contigo? - Que tal a gente sair daqui e terminar o que a gente começou ontem? Ela faz de conta que nada aconteceu, sem cortar, nem dar corda. O clima é tenso. Ela precisa mijar, mas é claro que não vai deixar os dois sozinhos. Os 10 minutos seguintes são longos. O rapa...

Nem tão puro, nem tão sujo

Gosto de gente fina, elegante e sincera, como disse o cara. Os três, ao mesmo tempo. Esse negócio de sinceridade sem fineza não me agrada. É preciso tato, é necessário trato. Até porque nem toda a verdade precisa ser dita. Fineza sem sinceridade também não presta, né? Cheira a falsidade, algo artificial, forjado. Gosto de gente assim, elegante na essência. Fina e sincera. Sensível na medida certa.

Quem será que inventou isso?

Como explicar a amizade? Não sei. Mas li esses dias, em algum lugar que não lembro, que pode ser resumida como a vontade de ter recordações em comum. Me convenceu.

Introspecção

Tá. Já cheguei à conclusão de que pode ser o frio. Minha alma é assim, meio ursa. E ibernar é preciso. Parti, devagarinho, pra uma viagem pra dentro de mim. Pra dentro dos livros, de filmes. De músicas que me fazem sentir e pensar. "Todo cambia", cantou Mercedes, La Negra. O estado de espírito também. Não sei quão longo vai ser o passeio. Vou ver o que tem de novo aqui. Guardar com carinho o que merece ser guardado. Colocar fora o que não presta mais. Ordenar pensamentos. E ver o que faço com o que sobra. Talvez isso dure um minuto. Pode ser que dure o inverno inteiro. Por ora, hasta la vista!

Dia de trabalho

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Em meio à correria, aproveitei para registrar o caminho.

Noite de domingo

O samba rolavava lá dentro e eu observava do lado de fora. "Hoje o samba saiu... laiá laiá... procurando você", cantavam. Que nada. Eu é que saí procurando por ele. Aquela música amolecia até a alma mais dura. E tinha também as luzes da cidade, de longe. A ponte vista de outro ângulo. A lua tímida, entre algumas nuvens. O cheiro de maresia e aquele vento úmido, forte. Madeira de rancho velha, chão meio batido. Uma cerca que alguém derrubou pra poder caminhar na areia e molhar os pés. Ah, como eu amo esta ilha!

Obrigada

Por algum motivo que Freud deve explicar, fico sem jeito, encabulada mesmo, com agradecimentos, elogios, enfim, um monte de coisas. Não quer dizer, porém, que eu não goste. Pra minha surpresa, as queridíssimas Fernanda Mallmann, Joanna Frerraz e Tatiana Py e eu recebemos um prêmio de jornalismo, segunda-feira. O troféu premiou trabalhos publicados no Diário de Santa Maria em 2009. Não pude ir para a entrega, era em Santa Maria. Mas me emocionei em ter o trabalho reconhecido, principalmente por - e com - pessoas que prezo tanto. Então, que a editora executiva do Diário, Fabiana Sparremberger fez um lindo texto que me emocionou, emocionou meus pais, meu irmão, meus avós. A Tati Py também falou do texto no blog dela, o pyleque.blogspot.com. Valeu, Fabi. Se quiser dar uma espiada, vai aí o link para ler o texto. http://wp.clicrbs.com.br/meufilho/2010/04/06/o-maior-premio-e-de-voces-pais/?topo=52,1,1,,165,e165