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Mostrando postagens de agosto, 2022

Pesadelo

Ela estava no banho. Ele chegou irado, abrindo a porta do banheiro, furioso, com ódio no olhar, dizendo a ela que ela tinha pedido, que não parava de pedir. Ela não tinha pedido, mas ele empurrou pra ela o que ela não tinha pedido, mesmo assim. Ela tentava explicar que não queria. Ele não ouvia. Muitas pessoas vieram ver a cena. Ela estava ali, desnuda, querendo ser ouvida. Não foi. Estava sendo julgada. Foram todos para a sala, ela já vestida. Tentou falar e ele a agrediu com um tapa, empurrões. Foram agressões físicas mas que de fato não tinham doído no corpo. Mas doeram. Ela saiu da sala. Foi para o quarto. Estava ferida. Voltou para a sala dizedo que faria uma denúncia. Ele fugiu. Outra pessoa pediu a ela que não o denunciasse, tadinho, estava nervoso e sempre foi tão bom com ela. Ter sido bom com ela não o autorizava a machucá-la, disse ela. Ela acordou chorando. Tinha sido um pesadelo, mas tinha significado demais.

Se joga, mas não te ocupa demais com isso

Estava ali, entregue, disposta a tentar de novo, empolgada como uma criança que sabe nadar e que quer dar um lindo salto de um trampolim para a piscina, mas não aprendeu ainda. O salto não deu certo. De novo. Foi gostoso o impulso, a queda, mas foi como cair de barriga. E ficou uma dorzinha chata depois. Como boa tutora de mim mesma que tenho tentado me tornar… aconselhei à própria criancinha empolgada que vive dentro de mim. Vai treinando, querida. Quem sabe em outra piscina, no rio, no mar. Talvez de outro trampolim. Em algum momento o salto dá certo. Vai se divertindo enquanto ensaia. E te ocupa com outras coisas.

Confusa

Já não queria mais misturar sexo e amizade. Tudo fica muito confuso quando se fundem. Afinal, o que seria a amizade se não uma forma de amar? Difícil não embananar tudo.